segunda-feira, 30 de junho de 2008

Eu sei que vou te amar

O amor é um sentimento que inclui paixão, ódio, cíumes, ternura, medo, angustia e por ai vai milhões de outros sentimentos acalorados no coração do torcedor.

Ir ao estádio, torcer, gritar, xingar, xingar novamente, as vezes brigar, mesmo que seja com o cachorro, são amores de um fruto proibido entre o torcedor e seu clube.

O Fluminense voltou de uma goleada sofrida nas alturas de Quito, e a resposta amorosa da torcida apaixonada foi a calorosa vibração de acreditar que o time ainda pode responder a esse amor, ganhando o título tão sonhado e esperado pelos amantes do futebol.

A torcida do Corinthias sente um calor amoroso mais constante ao clube do Parque São Jorge,jogando a segundona que antigamente. Isso é uma enorme demonstração de amor e ódio vivida página por página como num romance policial.

O Sport ainda festeja com a torcida o caneco da Copa do Brasil, não importa se perdeu ontem de novo ou se perderá amanhã também, como um marido apaixonado que fora traído, mas ainda ama sua mulher, os torcedores do Sport estão prontos para perdoar qualquer coisa que o time venha a fazer.

E o Flamengo? Ah, nunca vi urubus tão alegres desde a despedida do professor Joel. Líder do brasileiro com Obina marcando duas vezes, nem o mais apoteótico amante do time da Gávea poderia imaginar que viveria dias felizes novamente com o amante corneado na frente de milhões de testemunhas.

O futebol brasileiro é um amante cafajeste, desses que nem padre salva, não há crítico da bestalidade que possa explicar que amor é esse que vem de dentro das vértices umbilicais, no nascimento de uma paixão que nunca, repito, nunca morrerá.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Lição da Copa do Brasil

O time do Fluminense é infinitamente melhor do que o time do Sport.

A desvanagem do Flu, é menor do que a desvantagem que o Sport tinha em relação ao Corinthians na final da Copa do Brasil.

A LDU tem muito menos camisa do que o Corinthians.

É por essas e outras que eu acho que o Fluminense ainda será o campeão da américa.

Mas vai ser um jogo duríssimo, em que o tricolor carioca terá que jogar muito melhor do que jogou em Quito.



****Uma correção, a desvantagem do Flu é maior, pois na final da Libertadores, é o saldo de gols que vale mais, não importando os gols fora de casa. Portanto, mudo minha opinião, para este blogueiro, o máximo que o tricolor carioca pode conseguir é ir aos penaltis. Aí meus amigos, penal é loteria!

Lição da Copa do Brasil- Corrige

No artigo em que eu digo que o Flu tem tudo para ganhar da LDU, retiro minhas palavras.

Fui corrigido pelo meu irmão(tricolor por sinal), na final da Libertadores o não vale gols fora de casa, o que importa é o saldo de gols.

Portanto, para mim no MÁXIMO o que o tricolor carioca pode conseguir, é uma decisão nos pênaltis, aí meu amigo, aí é loteria.

No nivel do mar

Dois mil e oitocentos metros acima do nivel do mar. Não sei o que é isso, por lá nunca estive.

Mas ontem tive imagens Lsdianas, sem nem mesmo ter provado o cogumelo nervótico da partida de futebol.

A bola ganha speed no meio da viagem. Se arrancadão fosse, o nitro seria a quimica.

Equatorianos chutando com velocissimas e eficazes bola, enquanto os brasileiros tentavam acertar o tamanho do calibre.

Parece que o treino de segunda-feira para sentir a pressão da bola ficou só no papo do Renato.

13 anos do seu gol de barriga se passaram, ontem, e vemos o quão pouco sobrou do atrevido gaucho, muleque não, homem, de coragem.

Transformado em um acovardado técnico, que se destaca nos raros momentos figurados do homem do gol de barriga.

Na onda da rádio, Papo do Renato, perder de 2 gols tá bom. Confia na vitória em casa, diante da torcida.

Torcida essa que vai, lotará o maior do mundo, na fé, esperança e mandingas.

Acreditam sobrenaturalmente, que no nivel do mar, em especial a praia carioca, a bola rola do outro jeito.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Viva o Dinamite

É sexta, a eleição do conselho do Vasco....

Os bacalhaus, sócios, já deram a viória ao Dinamite...

Agora só faltam 30 votos para o grande capitão e artilheiro vascaino torna-se presidente...

Ganha o futebol brasileiro, saiu um tirano...

O Rio tem o quarto time grande da cidade de volta...

Aposenta Eurico!!

Os salvaDORES DA PÁTRIA

O Brasil pede, implora e chora pela volta de Ronaldinho e Kaká...

Quando kaká passar por 2 zagueiros e quiser tabelar na direita pra receber na frente, quem será o lateral? Maicon? A bola nunca vai chegar na frente...

O mesmo para Ronaldinho, que jogará no nosso campo para armar qualquer jogada, pois se for esperar pelos passes de Minero e Josué, irá assistir a partida...

Críticos acham que deveria mudar 3 ou 4 jogadores, mas não consigo imaginar quais seriam os outros 7 deixados em campo...

Já falam em Zico para seleção. Já começo a pensar que Dunga não é tão mal assim...

Acho hora de importar um técnico. Para treinar um time de jogadores que jogam na Europa, só mesmo um técnico europeu...

Enquanto o esporte pé-bola vai de mal a pior, o negócio é torcer pelo volei e basquete, porque com de mão vai muito bem, obrigado.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Prefiro não comentar

Devido a insistência da seleção brasileira em ignorar os seus torcedore não jogando um futebol bonito e objetivo como todos querem, este blog ignora os 2 jogos ocorridos pelas eliminatáorias!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O 'pênalti' em Acosta

Escrevi ontem que aparentemente houve pênalti de Magrão em Acosta.

Fosse eu o árbitro e teria marcado a falta.

E hoje estaria arrependido...

Depois de ver o lance dezenas de vezes, calmamente, de todos os ângulos com as imagens da Globo e da Band, conclui que não houve o toque no atacante corintiano.

E comparar o lance ao de Fábio Costa em Tinga, em 2005, só pode ser brincadeira.

Caros corintianos, aprendamos todos a perder.

A vitória do Sport foi incontestável e seria mesmo se o pênalti tivesse acontecido.

Até porque não só não há garantia de que o pênalti viraria gol como, também, é bom não esquecer de um gol que nasceu de uma falta corintiana no jogo do Morumbi.

Lance corriqueiro, aliás, como seria a marcação do pênalti.

Seria errada, mas não seria um "roubo", tanto que Arnaldo César Coelho (como eu) achou que foi e Renato Marsiglia achou que não foi.

Um é carioca, o outro é gaúcho, e estão pouco se lixando para o Sport ou para o Corinthians.

Repito: aprendamos a perder.

Dói menos, eu garanto.

Parou

Não pára, não pára, não pára...
Não pára, não pára, não pára...
Vai pra cima timão...


O Corinthians pára.

Pára diante de um fraco Sport.

Pára no frango do talentoso Felipe.

Pára na falta de criação de um meio campo limitado.

Pára no erro do juíz.

Pára nos pés do enganador herera.

Pára nos oxalás do nordeste.

Pára de sonhar com uma Libertadores que nunca esteve tão pŕoxima e nunca foi tão fácil.

O Corinthians pára na pressão de uma Ilha nervosa, quase estérica.

Pára o time da Gaviões numa péssima atuação.

Pára no salto alto da mídia paulista.

Pára na fé do irmão do Chico César.

O Corinthias pára na porta da igreja, largando milhões de noivos sem o casamento das Américas.

Para o Pernambucano fica a certeza: O Corinthians na ilha? Pára sim! òxente....

terça-feira, 10 de junho de 2008

Ser corintiano

Por RANDALL NETO

Eu já tive vontade de ser tanta coisa... mesmo depois daquela fase das perguntas "o que você quer ser quando crescer?", eu continuei querendo ser o que não era.

Dito assim, não parece bom, mas dentre as coisas que eu queria ser, nessa semana eu queria ser corinthiano.

Confesso que não é a primeira vez que esse sentimento me assalta os confins da alma, lembro de ter sentido algo semelhante nos tempos da Democracia, quando jogava de camisa pra fora do calção e me dizia Casagrande;

naquele carrinho milagroso do Viola no Brinco de Ouro em 88;

no gol solitário do limitado Tupãzinho matando o São Paulo clássico do "mestre" Telê;

nas deslizadas de joelho do gorducho Neto a cada gol retirado a fórceps, conduzindo o time como um Leônidas nada espartano, ou quando o Dida pegou aqueles dois pênaltis do Raí como se brincasse de uni-duni-tê!

Ano passado eu não quis ser Corinthiano, mas queria estar no meio da Fiel quando o Hino Informal do Corinthians foi composto, o arrepiante "Aqui tem um bando de lôco!".

Deve ser muito bom torcer pro Corinthians!

Os meus colegas de trabalho saíram nas 18 horas cravadas do relógio de ponto na véspera do feriado do dia do trabalho pra ver um combalido e desacreditado Corinthians "série b" tentar reverter uma desvantagem sobre o Goiás, um conhecido e frequente algoz.

O time podia não ser lá essas coisas, mas a torcida confiava que poderia fazer a sua parte, e ainda no primeiro tempo estalava um 4 x 0 no placar.

Depois dessa rodada, com o meu Palmeiras eliminado, vaticinei que pintava em preto e branco o Tri Campeão da Copa do Brasil!

Meus amigos continuaram indo, mesmo ritual, mesma confiança, primeiro o São Caetano, depois o Botafogo, presença garantida no Morumbi lotado, e uma fé que eu, recém campeão paulista, não conseguia entender de onde vinha.

Exatamente por não ser Corinthiano!

E não sendo, vi uma movimentação entre os caras e descobri que não era pra combinar a logística do primeira partida no Morumbi, e sim, confirmando presença num pacote pra ver a segunda partida no Recife!

Abri um sorriso de felicidade vicária e falei:

"Só corinthiano mesmo!".

Foi corrigido a tempo: "Isso aqui é pra qualquer um, mano! Corinthiano mesmo iria mesmo se tivesse perdido o primeiro jogo!".

E lá vão meus "broders" pra Veneza Brasileira, a Pasárgada cantada pelo filho da terra, jogar na "Ilha de Lost", como diz o Xico Sá!

Um contingente menor do que aquele que invadiu o Maracanã pra parar a Máquina Tricolor em 76, mesmo Maracanã que viu o único campeão Mundial da "era moderna" que não precisou ir pro Japão, ganhou em casa, no outrora batizado "Recreio dos Bandeirantes", em pleno verão carioca!

Salve o Corinthians, pois graças a ele, o meu Palmeiras consegue seguir tão grande quanto o Grande Rival!

*Randall Neto é advogado e, como se viu, é palmeirense. É maior e vacinado.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Futebol não se discute... ou discute?

Cheguei em Cuiabá na sexta- feira. Na mesma noite participei de uma discussão interessante. Havia palmeirenses, corinthiano, flamenguista,vascaíno, cruzeirense.

A discussão era a seguinte: como sabemos se um time é maior que o outro ou não. É pelo número de títulos? Número de torcida? Número de informações sobre o time na imprensa?

Eu disse e repito, eu acho que é pela sua história em geral. Do que adianta um enorme número de títulos, sendo que nenhum deles acabam sendo lembrados? Vou dar um exemplo: o Santos é bi- campeão mundial, mas os santistas não se lembram tanto do título em si, mas sim do time que jogava naqueles mundiais e em tantos paulista, como Pelé, Pepe e Coutinho.

Do que adianta a maior torcida, sendo que ela não é presente?

Do que adianta tantos anos de glória, títulos, torcida enorme, sendo que vem uma diretoria corrupta e mancha essa história toda?

Um dos times de maior tradição no estado de São Paulo, a Ponte Preta, nunca ganhou um título na sua história, e é um dos times mais importantes do país. Isso não é uma história bonita?

Portanto meus amigos, essa discussão nunca acabará, pois o são paulino vai se lembrar do Expressinho Tricolor, o santista de Pelé, o palmeirense do chute do Marcelinho que o Marcos pegou, o corinthiano da invasão de 76, o flamenguista de Zico, o dombosquino de Carlinhos ie ié...

Tudo isso faz parte da história destes times.

domingo, 8 de junho de 2008

É pra comemorar

Toda quarta de futebol os amigos se reuniam no bar do Bira. Eram um grupo de flamenguistas que não perdiam um gol. O time era dos melhores, aquele mesmo campeão do mundo. O Renival marcava presença lá. Depois do trabalho, cadeira cativa no Bira, brahma bem gelada e muitos gritos de gol, com comemorações de subir na mesa e acordar a vizinhança. O Rene, só não contava em ser visto na padaria do Seu Manoel. Eplico já: As quintas era o dia do jogo do Vasco, naquela época dividiam os jogos da semana, na quarta a dupla FlaxFlu(contra diferentes adversários) e na quinta era dia de jogos em São Januario e Marechal Hermes. Lá estava o Rene, gritando gol do Dinamite, batendo na mesa, buzinando sem parar e pedindo mais uma rodada de skol e bolinhos de bacalhau. A padaria do Seu Manoel era frequentada por vascaínos fenebrosos, doentes pelo time da colina. Quando o Artu passou para comprar uns pães e a brahminha pra secar o vasco na Tv, deu de cara com o Renival. Puta que pariu, gritou o Artu. O Rene foi saindo gritando quanto tempo, quanto tempo. Já lá fora explicou ao amigo que o negócio dele era comemorar gol. Como Vasco e Flamengo tinham dois times goleadores e seus amigos eram ou um ou outro, ele adorava frequentar os jogos e comemorar do jeito mais torcedor brasieiro que lhe vinha na mente. Dizia ele que o futebol só é bom, mágico por causa do gol, não é como basquete ou volei que a cada lance você sabe que vai haver um ponto, ou três. No futebol não. É imprevissível, emocionante até o último segundo. O que dizer do Fluminense e São Paulo da Libertadores.? Me pergunto se nesse gol do Flu contra os bambis, fosse o grêmio e não o SP. Ele, o Renato iria comemorar?? Porque hoje no Olímpico(vulgo chiqueirão, segundo João)o Renato nem se quer fez um sinal de ok, um vamos lá, vamos empatar para o seu comandado quando este fez o gol. Diferente do Renato que conhecemos, hoje ele não levantou do banco, não berrou, não gritou, foi pior que esses técnicos de futebol de botão. Não comemorar gol do time que ele é funcionário, importante funcionário, é considerado a alma do time, o espírito de luta e raça é na maior leveza dos sentimentos um insulto aos milhões de tricolores e um deboxe à diretoria tricolor. Se ele(o Renato) ama o Grêmio e quer se diretor deles,é fácil. Pega o boné e apaga a luz quando sair. No Flu Renato, seja gol de barriga, canela ou roubado, seja contra Grêmio, Madureira ou América, se é do Fluminense. É pra comemorar.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

O Cafajeste

Eu sou um cafajeste. Mesmo sendo bom filho, bom marido e bom funcionário, sou um déspota. Um verdadeiro filho da puta. Também pudera. Aos dez minutos do segundo tempo, na final épica de Yokohama, jurei à Deus que se o Inter, por mais ridículo e improvável que fosse, ganhasse do Barcelona, mesmo que fosse nos pênaltis, eu tatuaria no braço direito a frase " Colorados das Glórias" ( com a primeira letra o sendo o escudo do clube), e no braço esquerdo " Orgulho do Brasil". Fui atendido. Deus está do lado de quem vence. Por minha causa o Internacional derrotou o invencível. Imagino aqui sentado quantas pessoas não fizeram o mesmo na fatídica noite de quarta- feira. Realmente o céu ontem deve ter tido tráfego de promessas. Afinal era o carrasco dos carrascos. Afinal era uma batalha contra o imbatível Boca. Afinal até o eterno Sobrenatural de Almeida apareceu no segundo tempo, nos pés do filho criado pelo o maior algoz, que teve numa terra distante o doce e frio sabor de vingança perfumar as suas entranhas. Geraldinos e arquibaldos transfomados num coral regidos por Onze maestros, não tão afinados quanto os outros, mas tiveram como fadário o mais entorpecente triunfo . Aliás foi possível avistar até o próprio criador da imortal expressão, sentado nas tribunas fumando seu cigarro perguntando para seu neto quem havia feito os tentos. Até Nelson estava lá fazendo promessas. É verdade que não vi o jogo. Como um grande cafajeste, minha inveja ludibriou tanto minha alma que dormi. Minha inveja de ver outra legião repetir o feito de meu esquadrão, não me permitiria assistir. Minha inveja de pensar que milhões estariam fazendo promessas utópicas para um possível totalmente realizável, e que se realizou. Minha inveja de ver alguém chegar onde outrora cheguei, e saber que dessa vez sou apenas um coadjuvante assistindo espetáculo. E pior de tudo: por minha culpa. Pelo grande filho da puta que que sou. A culpa da inveja que me corrói, é simples e puramente por culpa inteiramente minha: Eu não tatuei ainda meus braços ainda. E nem sei se vou tatuar. Deu no que deu. Não ganhamos mais nenhum título que preste. Que sirva de exemplo para os milhões de tricolores que estão em dívida com Ele.

Para de reclamar

Muitos simpatizantes do blog tem dito que agora aqui só se fala de Corinthians e Flumeninse, que está muito imparcial.

O que posso fazer se os dois times que mais vêm se destacando no Brasil é o time destes 2 blogueiros que aqui escrevem?

Simplesmente os irmão aqui estão com sorte.

Pela primeira vez estou feliz do lado do meu mano mais velho!

Boa sorte daí Guga, porque deste lado aqui, nós já ganhamos.

Eu estava lá

Cheguei em São Paulo as 4 horas da manhã de Quarta- Feira.

De Cuiabá a Sampa, conheci mais 5 torcedores do Corinthians, que estavam indo ver o Timão também. Fiquei imaginando quantos mais torcedores não estavam naquele avião, quantos mais não estavam tão ansiosos como eu.

Passei o dia inteiro quieto, estático, ansioso sem querer falar muito. Passei o dia todo pensando como seria o jogo.

Ao chegar no estádio, já estava arrepiado, 68 mil corintianos chegando junto, gritando, cantando vamos vamos meu timão, não para de lutar!

Dentro do estádio, como se fosse um presente do time corintiano para mim, para mim não, para a torcida, não deixaram o Leão respirar.

Para muitos o gol de Enílton no fim do jogo, pois água no meu chopp na minha festa. Para mim não, se fosse fácil demais, não era Corinthians.

Na quarta- feira que vem, que me desculpem meus amigos, mais ficarei muito chato até o fim do ano!

De Nelson Rodrigues para Antonio Athayde

Por RICARDO PEDREIRA**

Meu caro Tatá (desculpe a intimidade, mas seu pai, aqui a meu lado, me disse que alguns amigos lhe tratam dessa forma),

Saudações tricolores!

Do alto, vi o estádio Mário Filho – não me conformo em chamá-lo de Maracanã – coberto por uma nuvem de pó-de-arroz que já prenunciava o momento da glória.

Observei sua figura nervosa e de mãos crispadas, qual uma Maria temendo pela morte do Filho no calvário, e tentei lhe avisar que não havia motivo para temores. Mas você só tinha olhos para os Tiagos e Cia. e ouvidos para os urros alucinados das paixões milenares. Não me viu, não me ouviu. Calei-me, resignando-me ao silêncio respeitoso dos que sabem, na carne e na alma, que você vivia a angústia antecipatória das vitórias deslumbrantes.

O Rio de Janeiro estava parado, cálido como no Fla-Flu de 19.

Pouco antes do jogo, no Andaraí, um defunto carregado em féretro – onde três viúvas jorravam lágrimas de crocodilo - quis tirar o lenço que lhe amarrava o queixo e gritar: "Neeense!"

Mas você, homem incréu, duvidava daquilo que estava escrito há quatro mil anos! Minto. Duvidava daquilo que estava escrito antes do nada! Meu doce Otto, que bovinamente acompanhava minha vigília diante do seu atordoamento, recomendou-me generosidade e paciência: "conheço esse rapaz. Sempre quis tudo logo..."

Veio o primeiro tempo e seu silêncio, Antonio, parecia rachar catedrais. De fato, Washington não poderia ter perdido aquele gol logo no início! Veio o segundo tempo e o Palermo, com saúde de miúra dos pampas, fulminou nosso Fernando Henrique com a eficiência de um espadachim.

Sua pressão, meu caro amigo havia subido. Confesso que temi pelo pior. Em São Paulo, Isa pensava em Gonçalves e nos momentos de felicidade. Não seria justo.

Mas o caminho da glória se abriu, como o Mar Vermelho diante de Moisés. Washington se redimiu naquela falta primorosa, de fazer inveja a Riquelme. Conca confirmou a certeza absoluta, própria dos heróis de Dostoievski, de que os grandes precisam da sorte. E Dodô – veja que o nome e o sorriso desse rapaz parecem um doce da Vila Campista - selou a carta remetida por forças maiores.

Não importam os lances de perigo do Boca. Alguns idiotas da objetividade pediram para que eu visse o vídeo-tape do jogo e verificasse os momentos em que os sangüíneos argentinos quase nos liquidaram. Respondi impávido: o vídeo-tape é burro!

Gravatinha sorriu, de peito inflado como uma pomba da paz.

Assistimos ontem, você, eu e a nação tricolor, um momento de eternidade. Vamos guardá-lo na memória, como tesouro que foi.

Mas é hora de calçar as sandálias da humildade! Alucinado, como o velho Lobo, Telê diz aqui a meu lado: "só faltam dois!" Calma. Calcemos as sandálias! Onde estão as sandálias?

Recuso-me, agora, a consultar os oráculos. Quero a ignorância do crioulões em flor! O que importa, meu caro Antonio, é uma torcida como essa que vi você fazer no Mário Filho.

Vamos chegar a Tóquio, passando primeiro pela linha do Equador!

Saudações tricolores,

do Nelson

*Antonio Athayde é das melhores cabeças do mundo da comunicação no Brasil e filho de Austregésilo de Athayde, jornalista e escritor que presidiu a Academia Brasileira de Letras.

**Ricardo Pedreira é editor do jornal da Associação Nacional dos Jornais (ANJ).

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Boca Jrs. muito prazer, Fluminense

Noite gostosa do inverno carioca, jogo de uma única torcida, bandeirões, gritos contagiantes, vendedores vendendo até gol nos acrécimos e muita, muita festa em verde, branco e grená.

Passavam das oito da noite quando subi a rampa principal de acesso para as arquibancadas verdes e amarelas. Claro que fui do lado esquerdo das cabines de rádio, bem ali atrás do gol do Boca na segunda etapa.

Do outro lado, e nas cadeiras, tudo lotado também, porém cheio de torcedores de final. São aqueles mesmos que só vão nas finais, semis, ou jogos imperdivéis como de ontem a noite. Essa massa não canta, eles gritam. Gritos estéricos, de nervosismo, são aqueles torcedores doentes que quando temos a bola gritam "vai,vai,vai" e quando perdemos a posse de bola ficam naquele desespero de "aaaaaaiiii, uuuuuuu".

Claro que todos são muito bem vindos, afinal na hora de gritar Nense, são 80 mil vozes cantando a mesma coisa.

Achei um lugarzinho no meio da muvucada Legião Tricolor, fundada pelo neto do mais fanático tricolor de todos os tempos, nosso saudoso escritor, poeta, mente pensante, Nelson Rodrigues. Uma torcida organizada diferente, sem bandeirões, sem gritos de "guerra", sem violência, todos são bem vindos, desde que cantem até o último minuto, essa é a única regra.

A poucos degraus mais ao alto, vi jovens tricolores, os quais estavam na barriga de suas mães, quando o Renato fazia o nosso gol de barriga. Uma geração nova, sortuda, que já viu o trigéssimo título estadual, uma Copa do Brasil e agora a final de uma Libertadores. Bem ao meu lado, uma figura mais velha, relembrando o tempo da máquina do Horta, dos gols do carrasco Assis(esses eu me lembro também).
Ao redor cabelos ao vento, perfumes gostosos, anéis, colares, batom e salto alto. Me pergunto o que tem o Fluminense para ser o time preferido das mulheres cariocas. Meninas mulheres, acompanhadas ou não, pois se o namorado é flamenguista, fica em casa vendo televisão, porque no Mário Filho só vai quem é tricolor. Elas cantam, balançam bandeiras, jogam pó de arroz e até queimam sinalizadores. De onde vem essa euforia feminista em ser Tricolor? Não sei, e nem preciso saber, desde que elas estejam lá no próximo jogo.

Ah! O jogo. Confesso que os primeiros quase 10 minutos nada vi, pois uma nuvem branca cubria as arquibancadas do Maracanã. Quando meus olhos puderam enxergar, vi uma das cenas mais lindas da história deste estádio, do outro lado da arquibancada, torcedores escreveram FLUZAO com sinalizadores, deixando o espetáculo ainda mais contagiante.

O Boca joga muito, os Argentinos se multiplicam em campo, se transformam em centenas, e assim foi todo o primeiro tempo, chute pro alto, que é jogo de campeonato.

Intervalo tenso, todos se perguntando se daria pra segurar mais 45 minutos, pois 0 a 0 estaríamos na final.

Palermo aparece querendo estragar a festa, gol do Boca. Gol sempre é bom para o jogo, futebol é isso, tem que ter gol, não interessa para que lado. No mesmo minuto que o Fluminense levou o gol a massa apaixonada passou a cantar, gritar, torcer, como não havia feito nos primeiros 45 minutos. Se a Legião Tricolor é para cantar na vitória ou na derrota, foi o que fizemos.

Era hora de usar a nossa arma secreta. Vem Dodô, você é o cara, disse Renato, entra ai e acaba com o jogo, é só por isso que te guardo aqui, pois é nossa única arma do segundo tempo.

Lá vem Dodô, passa por um, dois, três, falta. Opa! Tá na hora de João de Deus. 80 mil vozes orando pela benção do nosso eterno Papa João Paulo II, o João de Deus. Gol, empatamos, obrigado João.

O show estava só começando, assim cantavam fanáticos, doentes, apaixonados tricolores, do céu, da terra, de marte talvez.

O mais antigo tricolor rival do Boca Jrs. não poderia ir para casa sem o seu golzinho, aquele assim, devagarinho, quase sem querer, só para doer mais um pouquinho na torcida hermana. Valeu Conca, pela sua garra e determinação.

Ufa! 2 a 1, agora é só segurar. Segurar? Este é o problema, como que segura um Boca Jrs. completo numa semi-final de Libertadores. São Paulinos, Palmeirenses, Corinthianos, Gremistas, Colorados e Cruzeirenses já tentaram, e o resultado foi a eliminação. Eu também não sei como segurar o Boca, mas que Thiago Silva, Luis Alberto e Fernando Henrique calaram o Boca isso ninguém dúvida.

o gol do artilheiro dos golaços veio para fechar o espetáculo, apresentar para a Argentina e toda América do Sul, quem é o time carioca, lá de Laranjeiras, das cores verde, branco e grená, que time é esse que leva sozinho 80 mil pessoas ao Maracanã e pela primeira vez chega a uma final de Libertadores.

Esse, Sr. Riquelme e aliados, é o Fluminense. Muito Prazer.

Obrigado Dr. Cid

Obrigado dr. Cid por me fazer descobrir que era tricolor.

Obrigado por tentar me explicar aos 3 anos de idade o que era a Máquina Tricolor.

Obrigado pelas histórias de Rivelino, Félix e Telê.

Obrigado Dr. Cid em segurar nas minhas mãos e dizer que Zico era só uma febre passageira. Pois logo viria Branco, Tato, Assis e Romerito.

Obrigado por me levar ao Maracanã em 1985, só pra ver aquele gol de falta do Paulinho.(fomos tri-campeões)

Obrigado por ter me ensinado a amar o Fluminense.

Obrigado Dr.Cid por aquelas manhãs só falando de Fluminense após ler o Globo.

Obrigado por sempre acreditar em mim, que seria capaz de levar esta bandeira.

Obrigado Dr. Cid em manter esta ligação entre nós, mesmo após você ter ido embora.

Obrigado por todas as vezes que estas junto de mim no Maracanã.

Obrigado por ser tricolor.

05 de junho de 2008

O RIO DE JANEIROÉ TRICOLOR.
O sol voltou a brilhar na cidade maravilhosa, o carnaval em tres cores que traduzem tradição estava nas ruas na madrugada desta quinta feira.

Foguetório, gritos, música, bandeiras....meu Deus, o que está havendo??deve ter se perguntado os inocentes moradores de toda a cidade, de norte a sul, leste a oeste, do Leme a Barra, da Tijuca ao Leblon, tudo que se viu foi uma linda festa em Verde, branco e Grená.

Na manhã ensolarada do 05 de junho, o sorriso é de graça. O orgulho de ser tricolor ta no peito, na cara, nas mandingas de oxalá, no terço da reza, nas águas de Iemanja.

O Rio de Janeiro continua lindo, só que agora é tricolor.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Rio de Janeiro, 04 de junho de 2008

O Rio acordou tricolor. Manha sem sol, chuva fina lembrando Sao Paulo, Aah! Sao Paulo, como foi bom aquela quarta-feira, em que derrubamos o Imperador.....voltando ao Rio de 04 de junho, só o que se vê neste rio de Janeiro são centenas de tricolores na rua, mostrando confiança neste time que a cada jogo tem que mostrar o seu próprio valor, valor de um atacante com problemas cardiacos, valor de um goleiro franguero, o qual agora é ídolo, valor de um argentino que fala pouco, mas joga muito.

Jogo de campeonato das Américas, vale tudo, botinadas, caneladas e catimbas. Favorito? Não há. Tudo pode acontecer, um gol muda o jogo, dois gols não definem nada. É um Brasil e Argentina onde somente depois da bola rolar e o Juiz apitar para o centro do gramado a torcida poderá soltar o grito de "quase campeão"

A torcida ajuda, é quase um décimo segundo jogador, porém não ganha jogo. 78.000 tricolores estarão no Estádio Mário Filho, outros milhares pelo Brasil a fora, rezando, torcendo e gritando em uma só voz NENSE....

Os vivos quase morrerão, os mortos se sentirão vivos novamente. Nelson já prometeu estar presente na nuvem de pó de arroz, Telê por rádio vai dando as parciais para Dr. Cid que a esta altura já desligou a Tv(pode enfartar) e o sobrenatural do Almeida, sabe-se lá onde ele vai estar, acho eu, que estará lá, na balisas a direita do rádio, dando aquela força que só os tricolores tem.....mandaram me avisar que até o nosso eterno PAPA, João de Deus vai passar pelo Maracanã hoje a noite. Para amanhã o Rio acordar verde, branco e grená novamente e que isso dure até o fim desta tão sonhada conquista da Libertadores.

Se prepare

Se você torce pelo Fluminense, se prepare.

Se você torce pelo Corinthians, se prepare.

Se você torce pelo Sport, se prepare.

E se você torce contra o Flu, contra o Timão ou contra o Leão, também se prepare.

Porque a partir das 21h50 o coração baterá mais forte.

O Flu joga pelo 0 a 0 e pelo 1 a 1 contra o poderoso Boca Juniors para disputar a final da Libertadores contra a LDU, do Equador.

O time brasileiro é favorito, mas apenas ligeiramente, num Maracanã tricolor que certamente viverá uma noite histórica.

Num Morumbi também lotado e em preto e branco, Corinthians e Sport começam a decidir a Copa do Brasil.

Copa do Brasil que, é bom lembrar, teve exatamente o Fluminense, tão perto do Mundial de clubes, como seu último campeão.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Cavalo de troia

É uma guerra. No bom sentido. Guerra sem sangue. Sem armas letais. Balas que não matam. Adversários que não morrem. Mas ainda assim a palavra guerra é a que melhor explica o que vamos ter amanhã a noite no estádio Mário Filho.

Do outro lado um inimigo carrasco de brasileiro. Do lado de cá um time que numa guerra poderia ser comparado ao Cavalo de Tróia. Com onze guerreiros dentro da armadura, prontos para surpreender, suando para vencer o invencível, para ter de volta o que do homem não se toma. O respeito ao futebol desta nação.

O muros da cidade são altos, os portões estão fechados, há arqueiros e lançadores perigosos, mas ainda assim, acho eu, que o Cavalo Troiano vai entrar e atropelar toda a cidade Riquelmera......

E lá se vão eles....

O Imperador Adriano, após a queda no Maracanã, não deve mais jogar pelo São Paulo, ou vai lá, fazer um jogo ou outro de despedida do Morumbi, pois o Portuguesjá avisou que vem ao Brasil para ver o Imperador em ação pela seleção e depois o leva junto na bagagem....Os Thiagos do Fluminenese já carimbaram os passaportes, sabe-se lá para onde, mas o que não falta é empresario tentando as transferências....e assim vai acontecer com os principais clubes brasileiros. A Europa, Ásia e agora até EUA vão tirar os nossos melhores jogadores, bem no meio do campeonato Brasileiro....será que é tão difícil assim para os inteléctos revolucionários, daquela revolução que nunca existiu, daquele ano que nunca acabou, que enquanto o Brasil não tiver um calendário como do resto do mundo o nosso futebol sempre irá sofrer verdadeiras debandadas atléticas??? Há de existir uma fórmula para que os campeonatos estaduais permaneçam e que possamos ter férias quando o resto do mundo as tem, e começar o nosso calendário igual ao do planeta bola.....depois acontecem coisas da mais profunda algazarra como a policia batendo em jogador, gás de pimenta no vestiário e um ridículo público de 19 mil pessoas em um FlaxFlu....Após acompanhar por dois anos a organização e casas cheias do futebol inglês, ver de perto a paixão turca pelo esporte e ter um amigo torcedor do Totheram, me pergunto, será mesmo o Brasil o país do futebol??